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domingo, 8 de novembro de 2009

Falando da subjetividade

Não atingimos nunca o homem separado da linguagem, segundo Benveniste, a subjetividade é entendida como “a capacidade do locutor para se propor como “sujeito”. Essa proposição como sujeito tem como condição a linguagem. “É na linguagem e pela linguagem que o homem se constitui como sujeito; porque só a linguagem fundamenta na realidade, na sua realidade que é a do ser, o conceito de ego”. Este se constituirá em sujeito quando conseguir colocar a linguagem em ação e necessariamente com parceiros. Comunicar-se com o outro e não somente se fechar em suas próprias idéias sem ser entendido. É complexo e difícil falar de todas as diretrizes que norteiam a subjetividade na linguagem, mas o importante é compreender que não podemos nos isolar, quando falada ou escrita as palavras já não nos pertencem mais, então precisamos utilizar corretamente de todos os recursos para que a comunicação seja perfeita.
Nas aulas de redação é importante que o professor coloque o aluno como sujeito, que ele aprimore algo que é tão natural que é o discurso. Nossos alunos já o fazem quando, "por exemplo", estão diante do mundo digital. Neste o sujeito e a subjetividade se estabelecem numa relação dialógica. Quando o aluno esta num MSN, ele se utiliza dos pronomes “eu, você, ele, nós, vocês, eles” coloca em ação o verdadeiro sentido de colocar-se como sujeito.
Para que os educandos entendam essa difícil relação entre escrever e escrever para o leitor, sempre proponho atividades de produções de textos que tenham participações de colegas. Como, troca de cartas entre eles; Peço que escolham um amigo e escrevam uma carta e consequentemente, que o destinatário faça a devida resposta. Através dessas trocas estes conseguem perceber as falhas que não permitiram a correta comunicação. Assim quando o colega não entende o emissor solicitado que ele refaça pensando nas adequações para ser verdadeiramente compreendido.
Com uma tecnologia avançada e rápida e normal nos depararmos com alunos que não tem paciência em escrever com todos os recursos necessários, eles apenas querem transmitir não param para pensar se o outro vai entendê-lo, estão sempre com pressa, alegam que o outro entendi sim, é comum encontrarmos textos com gírias, abreviações e novos signos, mas faço com que o meu aluno compreenda que talvez, o parceiro próximo até o entenda por fazer parte do seu convívio, porém, quando falarmos em linguagem para o leitor e não somente a um único destinatário, precisamos seguir regras, fazer entender em todos os aspectos. Mesmo escrevendo para si, e não para ser avaliado, muitas vezes ao reler o aluno não entendi o seu próprio texto, por isso é importante ele perceber a responsabilidade de escrever corretamente para que sua mensagem não se perca.